O roteiro de #TelAvivOnFire, metalinguístico, é bem sucedido onde muitos outros, inclusive hollywoodianos, fracassaram: contar uma história sobre os bastidores das artes audiovisuais, e seu sucesso deve-se aos tons políticos conjunturais na metalinguagem, em 1967, imediatamente antes da Guerra dos Seis Dias, como na ficção, da atualidade, entre israelenses e palestinos, imbuindo as relações entre as personagens ficcionais de intensa ironia, que não poupa qualquer dos lados, em trama que tange o absurdo, sem jamais sê-lo. Centrada na personagem Salam, um roteirista por acidente, o roteiro traz críticas inteligentes às conjunturas, mas não aos povos.
A direção é competente, mas falha nas definições técnicas de edição, que acaba por borrar as fronteiras entre a ficção e a metaficção, que deveriam ser mais nítidas, vide a apresentação dos créditos. Kais Nashif, vencedor do prêmio de melhor ator no Festival de Veneza de 2018, está excelente em atuação impecável, e o resto do elenco oscila em torno do muito bom, com maior destaque para Yaniv Biton, que interpreta o antagonista de Salam. Fotografia, arte e música são muito boas, sem realces, e a edição peca na distinção metalinguística.
#TelAvivEmChamas, um filme inteligente que faz uso da metalinguagem para fazer críticas políticas conjunturais no cenário israelense-palestino. Vale muito assistir.
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