O que você faria se soubesse que tem pouco tempo de...lucidez? Como lidaria com a perspectiva iminente de se tornar um estranho para si mesmo? E, se tal sina estivesse prestes a acontecer com a pessoa amada, como lidaria com o fato dela não ser nem capaz de te reconhecer após décadas de convivência?
Com essas perguntas pairando no ar e com respostas a procurar, o ator, roteirista e diretor inglês, Harry Macqueen, leva-nos através de um “road movie” para um drama gigantesco, contado de forma suave e muito intimista, sem surpresas nem pressas tendo como ancoras Colin Firth e Stanley Tucci.
Diferentemente – ainda que dentro do gênero filme sobre fim de vida – de “Hope” (análise nº 1.281), “Para Sempre Alice” (análise 8/10/14), “Blackbird” (análise nº 1.335) ou mesmo o genial "The Father" (análise nº 1.415), o pequeno roteiro de #Supernova poupa-nos de acompanhar detalhes da inevitável decadência humana situando sua estória no antes embora deixe claro que irá transcender muito além do embate entre o racional e o negacionismo amoroso.
Em Supernova há mais em subtextos que propriamente em diálogos ou ações, configurando-se em um trabalho nitidamente destinado a um público adulto capaz de compreender o trágico sem ter que passar pela tragédia absorvendo com mais densidade questões como o medo do abandono, a perda do ser amado e a contenção de sentimentos diante de drásticas tomadas de decisões.
Por certo a singela fotografia em tons de verde e rosa das belas paisagens e os aconchegantes planos fechados em tons mais escuros dos abraços e singelas trocas de carinhos abrilhantem a obra, mas é na força das interpretações de dois gigantes dessa arte que encontramos o coração desse trabalho pequeno em pretensões e grandioso em contritas emoções.
Afinal, somos todos poeira de estrelas...
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