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Foto do escritorCardoso Júnior

Rivais – EUA – 2024

Atualizado: 26 de mai.

O tão esperado novo filme do diretor, produtor e roteirista italiano, Luca Guadagnino, realizador de "Me Chame Pelo seu Nome” que você pode ler aqui é uma peça cinematográfica de respeito por conta de um ótimo argumento, ótimo desenvolvimento, fotografia, edição, direção, atuações, diálogos e banda sonora.

Ok, que filmes sobre tênis, com raríssimas exceções, nunca alçam voo no interesse do público, mas #Challengers, que utiliza do jogo- e do ritmo dele- para desenvolver a intrigante estória de um triângulo amoroso composto de amizade, amor, disputas nas quadras e fora delas durante vários anos, além de um potencial altamente erótico e subliminar, é algo que prende a atenção e embaralha as emoções do público indubitavelmente.


Não vou cair aqui no demérito e desrespeito de contar-lhes o filme, pois acho que isso é um tremendo desserviço a quem passa por essas linhas e, eis algo que evito peremptoriamente em tudo que escrevo sobre cinema ao longo de 10 longos anos, sempre procurando apenas traduzir as emoções despertadas e as qualidades técnicas do trabalho.


Isto posto, registro que o inteligente roteiro e seu perspicaz desenvolvimento leva-nos para uma situação de observadores da dinâmica estabelecida pelos três protagonistas ao longo de 15 anos, em um constante vai e vem – como no tênis – através de inúmeros e pertinentes flashbacks, sejam de anos, dias ou horas anteriores ou posteriores a um fato, levando-nos a uma apoteótica cena final.


Giardino que já havia trabalhado com o erotismo masculino em “Me chame Pelo Seu Nome”, de forma explícita, aqui utiliza-se do tema de forma bastante subliminar – vê quem presta atenção – na junção e conjunção de três personas muito complexas que tem em comum a paixão pelo tênis que as une durante tantos anos e nos permite acompanhar de perto seus conflitos, seus embates, suas dúvidas, desejos explícitos e também inconfessáveis, frustrações, seus medos e suas jornadas não só através de imagens como também de diálogos inteligentíssimos onde, muita das vezes pouco é dito, mas muito subtendido.


A fotografia é um caso à parte; impressionante. A câmera se esgueira em tomadas inesperadas captando suas personagens de vários, inusitados e eletrizantes ângulos ampliando exponencialmente nossos pontos de vista sem contar com os mais que pontuais e acertados close-ups dos protagonistas (há muito a ser dito apenas nas trocas de olhares), enquanto uma trilha sonora mais que vibrante equilibra as cenas contando, inclusive, com a música “Pecado” de Caetano Veloso que, praticamente, não só brilha como “desvenda” tudo que acontece na trama.


Por fim, além do trabalho de edição primoroso, #Rivais se configura como uma estória de uma “amizade” sólida entre dois jovens tenistas destruída por uma mulher ardilosamente manipuladora que os joga de um lado para o outro ao seu bel-prazer – como uma bola de tênis – sendo um filme para adultos que conhecem emoções como paixões, desejos, conquistas, intrigas, derrotas e busca pelo poder, dentro de um jogo eletrizante repleto de muita tensão e tesão que merece ser visto em tela grande.



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