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  • Foto do escritorFábio Ruiz

Rifkin's Festival – Espanha – 2020


#RifkinsFestival, com certeza, não é o melhor filme de Woody Allen, mas, certamente, comprova a sua genialidade, a sua capacidade de escrever uma história com originalidade de conteúdo e forma de tema muitíssimo explorado, inclusive pelo próprio Allen. Um casal viaja, para o festival de San Sebastian, para acirrar suas diferenças e lançá-los em direções opostas. Woody abusa de “voice overs” da personagem principal, Mort Rifkin, no divã do psicanalista para narrar a saga de sua separação, com muito humor e exagerando inteligentemente da metalinguagem, nos sonhos e devaneios de Mort, onde se coloca dentro de filmes como Cidadão Kane, de Orson Welles, com o qual brinca com o elemento principal, “rosebud”, como Jules et Jim, de Truffaut, como Sétimo Selo, de Ingmar Bergman, na icônica cena do encontro da morte com o cavaleiro, entre muitas outras referências, com o intuito de reforçar o discurso de Mort, desde o início da trama, de que filmes são apenas estórias, que precisam ser contadas, e não ferramentas políticas, que não fazem nada além de destruir a sétima arte.


Além da originalidade do texto, vale ressaltar a estupenda direção de Allen com belíssimos enquadramentos e movimentos de câmera relevantes e eximiamente executados. O elenco, encabeçado pelo engraçadíssimo Wallace Shawn, outra ousadia de Allen de fazer de seu protagonista, em um filme romântico, um homem avançado na terceira idade, Wallace nasceu em 1943, é ótimo. É salutar ver atores como Gina Gershon e Louis Garrel, em excelentes atuações, em filmes de Woody, que vem sofrendo mais do que injustos boicotes pela ala “politicamente correta” de Hollywood e da indústria internacional. A fotografia é belíssima, explora com perfeição os belíssimos cenários. A música de Allen, uma marca registrada, é sempre deliciosa, e figurinos, cenários e edição, excelentes.

Rifkin’s Festival, mais um excelente filme desse gênio da sétima arte, Woody Allen, que, apesar de toda a turbulência dos atacas injustos que sofre, mostra que não há ninguém em seu patamar na atualidade e se coloca definitivamente entre os gênios, Goddard, Truffaut, Welles, Bergman, ... Imperdível.



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