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Foto do escritorCardoso Júnior

Relacionamento Aberto – Finlândia – 2024

Análise nº 1.675

Em seu mais recente filme, a cineasta e roteirista finlandesa Selma Vilhunen, conta-nos a fictícia estória de um quarteto (dois casais) experimentando a quebra da monogamia ética e, por mais que a vida real – e até os filmes – sempre nos apresentem estórias com amores e aventuras secretas em meio a casamentos monogâmicos,

#RelacionamentoAberto que passou rapidamente pelos cinemas, chega para desafiar nossas convicções sobre monogamia, quebrando o estereótipo com muita sobriedade, veracidade e sem a intenção de chocar o público – e não choca – embora para nós, ocidentais, só o termo poliamor já pareça bastante complicado senão incompreensível ou inaceitável.


Ambientado em uma fria Helsinque, o roteiro abre com um casal de classe média alta, aparentemente muito feliz com suas vidas social e sexual bastante ativas e um belo filho ainda criança configurando uma família tradicional (com direito a avós paternos e jantares em família) onde ela é uma política de alto escalão e ele é um admirado pastor paroquial.

Partindo de um plot simples onde ela descobre que o marido há mais de um ano vem mantendo um caso amoroso, ela, de coração partido, e não aceitando a opção de um divórcio resolve não só aceitar a situação bem como acolhe-la e incentivá-la dando ao marido – e sua amante – total liberdade para viverem suas relações inclusive recebendo-os em sua casa. Não demora muito para que ela também se sinta atraída por um outro homem (bem diferente do tipo imaginado pelos espectadores) e a relação a quatro se configure e se estabeleça dentro de um clima de total normalidade e sem maiores conflitos, pelos menos no que concerne a ciúmes.


Embora haja uma notável falta de química entre os atores envolvidos, o roteiro sustenta a premissa magnificamente e, embora se estabeleçam alguns conflitos profundamente emocionais e muitos incômodos constrangedores, #FourLittleAdults nos deixa claro que a ausência da hipocrisia das conveniências sociais que deslegitima alegrias e prazeres condenando desejos que transgridem o convencional, (mesmo com todos os seus “E se?”), é uma obra que propõe reflexões que a maioria de nós ainda não está preparada para, ao menos, cogitar em função das imposições sociais e dos conceitos de certo e errado, mas que, certamente, cutucará alguns diabretes nas mentes mais abertas.




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