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  • Foto do escritorCardoso Júnior

Paixão Selvagem – França – 1976


Muito em função da passagem da atriz, cantora inglesa, modelo mundialmente conhecida, Jane Birkim, a quem eu só conhecia pela musica censurada em vários países inclusive aqui e, de seu trabalho junto a Alain Delon e Romy Schneider, no filme “A Piscina” resolvi mergulhar um pouco mais fundo em seus trabalhos no cinema. Coisa de cinéfilo curioso....


Que bela mulher! Lembra um pouco a belíssima Jacqueline Bisset, mas com um toque de candura em suas maneiras e uma boca extremamente sensual e provocativa dos mais indescritíveis desejos.


Sei dela pouco. Sei que além da música que dá nome a esse filme e nunca mais saiu dos meus ouvidos, que protagonizou o primeiro nu frontal do cinema em “Blow-Up- depois daquele beijo, de Michelangelo Antonioni, e que chocou e horrorizou a sociedade naquele longínquo 1969, mas entrou, com todos os méritos, para a história do cinema.


Quanto a #PaixãoSelvagem, dirigido por Serge Gainsbourg (seu marido) é um trabalho muito, mas muito ousado pra época por conta das inúmeras cenas de nu frontal (masculino e feminino), e também pelo audacioso roteiro sobre uma jovem garçonete e seu relacionamento erótico e romântico com um caminhoneiro gay comprometido, tema que continua atual e nos prende até o final com a incógnita: Seria possível acontecer da parte dele um envolvimento amoroso além do sexo? Ele poderá corresponde-la também na parte emocional?


O filme não pretende ser um estudo de personagens e toda e qualquer poesia é banida do enredo enquanto investiga duas pessoas de gostos e desejos tão opostos em busca de prazer mútuo onde a delicadeza em muitas vezes e substituída pelo brutal reforçado pela estética fílmica - fotografia e narrativa - onde a câmera de mão passeia quase sempre por cenários “sujos” e decrépitos como um lixão e ainda abre espaço para a questão da homofobia.


Distante de ser um clássico, mas muito perto do cult, #JeTaimeMoiNonPlus desenvolve-se literalmente como seu título em francês; é um explícito exercício sexual, um arrebatamento libidinoso explorando desejos insondáveis, repleto de paixão, tesão e luxúria levando-nos a questionar a imensidão da solidão humana e a carência desenfreada por amor.

Controverso, claro, polemico pra época e talvez ainda hoje, é uma obra ardilosa que mascara e miscigena suas intenções analistas mais profundas com uma libido a flor das peles.

Ah, sim, ainda tem um novinho e lindo Gérard Depardieu (sim ele foi bem bonito), numa pequena, mas memorável participação.




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