Kore-eda Hirokazu é o mais famoso e respeitado diretor, produtor, roteirista e editor do Japão e já nos deu obras como: o vencedor da Palma de Ouro,2018, “Assunto de Família” que você pode ler clicando aqui e o magnífico “Ninguém pode Saber” também disponível clicando aqui entre outras obras de enorme profundidade e beleza como “Monster” seu mais novo trabalho que saiu de Cannes com a palma de Melhor Roteiro, o que não é pouca coisa.
Em #Monstro ele retoma seu tema preferido que é a família e suas idiossincrasias, costurando sua narrativa com duas crianças dentro de um cenário escolar fazendo colidir perspectivas infanto juvenis com um mundo adulto representado por professores e familiares para falar com muita delicadeza sobre bullying, embates familiares, violência escolar, aceitação social, a enorme dificuldade de expressar emoções profundas na infância e o medo de ser rejeitado por todos.
O genial desse roteiro dramático é a forma que todos esses complexos temas se entrelaçam esmiuçando questões emocionais ao mesmo tempo que faz sua contundente crítica ao preconceito social arraigado e, confundindo intencionalmente o espectador através de um brilhante jogo de três pontos de vista que se complementam, explicam e trazem novas e surpreendentes compreensões para a narrativa. Embora tudo seja muito compreensível, não, você não vai desvendar a “charada” facilmente até seu final onde os mal entendidos se dissolvem, ainda que ouse deixar a conclusão em aberto para cada espectador.
Final feliz ou trágico? Você decide.
Assim, o aclamado diretor, partindo de um menino com problemas comportamentais no colégio mostra-nos uma estória profundamente humana onde a inocência de duas crianças é posta à prova dentro de um universo que invalida e condena a pureza de genuínas emoções em prol de um arcaico prejulgamento adulto que tenta, sem sucesso, invalidar o amor.
Mas, afinal, quem é o monstro?
Veja e decida, pois você irá se surpreender.
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