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  • Foto do escritorFábio Ruiz

Minamata – Reino Unido – 2020



#Minamata aborda o final de carreira do fotógrafo W. Eugene Smith, no início da década de 1970, quando esse vai ao Japão investigar as consequências do envenenamento por mercúrio, pela população de Minamata e da costa japonesa, derramado pela indústria local. O roteiro encontra Smith decadente, falido, fazendo uso abusivo de bebidas alcoólicas e drogas, quando acaba por se comprometer com a história dessa população subjugada pelo poder econômico e político dos empresários. O texto consegue com muita habilidade narrar a saga da protagonista, que enfrenta os seus próprios demônios e aqueles do cenário devastador que encontra, ilustrando mais um caso do descaso encontrado no desenvolvimento industrial dos países, que, vagarosamente, percebe as consequências de suas atividades no meio ambiente e nas populações ao seu redor, e ainda mais devagar, assume responsabilidades por essas. Sem afetações e apelações, o roteiro ainda ilustra outros casos, inclusive o de Brumadinho, já em cenário bem mais evoluído do que aquele enfrentado por Eugene.


A direção do inexperiente Andrew Levitas é muito boa, apesar de alguns movimentos de câmera pouco orgânicos e um tanto confusos. Johnny Depp, mais uma vez camaleônico, faz um belíssimo trabalho no papel de W. Engine Smith, Minami está ótima como Aileen, Bill Nighy, também, como Robert Hayes, e o elenco japonês é proficiente. Fotografia e música são excelentes, cenários e figurinos, ótimos, e a edição poderia ser melhor, criando alguns cortes um tanto duros demais.


#Minamata, mais um filme-denúncia dos efeitos negativos da indústria sobre o meio ambiente e os homens, que só é viável em histórias provenientes de países democráticos, onde a transparência existe. Vale muito assistir.



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