Jovens Mães - Bélgica - 2025
- Cardoso Júnior

- 4 de out.
- 2 min de leitura
Analise 1.768

O vencedor de Melhor Roteiro no Festival de Cannes 2025 e, agora, representante da Bélgica no Oscar 2026, nos leva a acompanhar cinco adolescentes que vivem em um abrigo para mães muito jovens e suas lutas com uma maternidade precoce, seus passados, traumas e relacionamentos. Sim, tema interessantíssimo desenvolvido pelos famosos irmãos Dardenne, que já conquistaram duas Palmas de Ouro e prestigiadíssimos na Bélgica e no mundo por trabalharem com um cinema social realista permeado com otimismo.

Em Jovens Mães, a abordagem da gravidez precoce em meninas totalmente despreparadas emocionalmente, reúne, no núcleo de acolhimento, e personagens quase que exclusivamente mulheres e apenas rapidamente inserindo o elemento masculino; os jovens pais. O drama é delas e a solidariedade também é entre elas.

No entanto, apesar da relevância do tema, a direção opta por uma estrutura narrativa de carrossel, onde vai focando e desenvolvendo os dramas de cada uma, uma por uma, tendo como eixo central o centro de apoio o que vai fazendo da estória um mosaico que acaba se mostrando irregular e, até, em certos momentos bem dispersivo, com longas tomadas de uma câmera quase o tempo todo colada na nuca das personagens de tal forma que, quando acontece um plano mais aberto os olhos agradecem.

Embora fique claro a intenção de discutir questões como o aborto em um França religiosa e profundamente moralista, a desfragmentação dos lares, a falta de informação das jovens, a pobreza e a extrema necessidade de pertencimento – através de iniciarem uma família diferente da que vieram – e investir na dura aprendizagem de se tornarem adultas, Young Mothers, mesmo com um bom elenco, peca no lento desenvolvimento e na formatação que não ajuda em nada a manter o pico de interesse estável.

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