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  • Foto do escritorCardoso Júnior

Estocolmo – Espanha - 2013

Atualizado: há 5 dias


Este é uma das pérolas raras do cinema para quem gosta de filmes intimistas, com muitos diálogos ágeis provocando reflexões sobre relações amorosas na atualidade onde o desejo instantâneo, camuflado de amor - principalmente depois de algumas doses - toma conta das emoções como verdade absoluta.


O diretor e roteirista Rodrigo Sorogoyen, faz um trabalho de baixíssimo orçamento arrecadando fundos e doações na internet e compõe uma estória (um início de romance?) deveras interessante, aparentemente casual, mas com desdobramentos impensáveis para o espectador.


Utilizando-se basicamente de dois personagens caminhando e conversando pela madrugada pelas ruas de Madrid. Ele e Ela andam ao léu e conversam. Ele se declara apaixonado por Ela à primeira vista desde que a viu numa festa enquanto Ela procura desvencilhar-se do simpaticíssimo e até romântico assédio amoroso que ele a submete, lembrando levemente a trilogia de “Antes de Amanhecer” (1995), mas só nesse quesito, pois na metade da caminhada é estabelecido um jogo de gato e rato psicológico entre eles que só vai esquentando. Ele a quer, Ela questiona a verdade do amor repentino e o submete a testes, pois, arguta, ela aposta que todo o jogo dele não passa de uma simples e insistente tentativa de apenas dormir com ela.


Quando insisto que cinema é basicamente um bom roteiro muito bem desenvolvido, esse é a prova cabal do que tanto afirmo, pois essa premissa muito simples envolve o espectador inapelavelmente aguçando-lhe a curiosidade no desenvolvimento. Bom, se você só é fã de filmes de ação, definitivamente não recomendo este, já que a ação está no jogo de palavras e... atitudes quase divertidas.


No entanto, no segundo ato, na manhã seguinte, quando Ele e Ela se desnudam das máscaras, somos confrontados com o “tudo que vimos e ouvimos não era bem assim". Quem blefou? Nos perguntamos enquanto antevemos uma enorme reviravolta na estória em prol do que cada um estava buscando com o teatro da madrugada anterior e, isso pode ser tão arrepiante quanto interessante.


#Estocolmo tem sim a ver com a síndrome de mesmo nome, mas vai além ao focar sua estória em jovens independentes que se lançam nas noites em busca de sexo e prazeres com recém conhecidos (tanto para Eles quanto para Elas), uma vez que, saciados os desejos, a luz do sol pode confrontá-los com as realidades e verdades do outro e cobrar seu preço.






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