
O documentário que concorre na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2021, é o resultado de sete anos de filmagens da diretora Anabel Rodríguez Ríos e retrata de forma realista e metafórica o cotidiano de uma precária vila em vias de extinção fazendo um genial e lamentável paralelo com um país assolado pela corrupção e inflação, cujo os governantes ignoram solenemente as necessidades básicas de um povo.

Lançado com sucesso no Festival de Sundance/2020, esse olhar comparativo, esse embate político personificado por duas mulheres (a empresária defensora radical do governo de Maduro e a professora declaradamente oposicionista), mas ambas ferrenhas combatentes pela sobrevivência de seu povoado - Congo Mirador, situado no Lago Maracaibo – traça um panorama de uma próspera comunidade de pescadores que, aos poucos, vai sendo esvaziada por conta da poluição causada pela perfuração de petróleo transformando as águas imundas por conta dos sedimentos liberados, tornando a vida nas miseráveis palafitas insalubre e insuportável.

Inteligentemente em #OnceUponaTimeinVenezuela, direção e roteiro não apelam ou exploram a miserabilidade e sim a resiliência comunitária, mas a narrativa se “esquece’ de contextualizar textualmente a história política do país para que fique mais claro para culturas mais distantes geograficamente de nós, toda a trágica, cruel e desprezível conjuntura política de um país que, sob o cruel domínio de uma ditadura, despreza até aqueles que a defendem.

Assim, #EraUmaVeznaVenezuela retrata com imagens poderosas os danos do socialismo causando o declínio de uma população, o êxodo forçado e a migração, refletidas através de misteriosos relâmpagos no horizonte anunciando a força de uma tempestade avassaladora prestes a destruir e a exterminar uma população indefesa.
Vale muito conhecer.

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