O vencedor do Grande Prêmio no #FestivaldeCannes2022 , e também um dos 15 semifinalistas na categoria Melhor Filme Internacional no #Oscar2023, é um potente drama introjetado sobre a forte amizade de dois pré-adolescentes e a dolorosa transição para a maioridade, ao saírem do idílico seio familiar e tendo que enfrentar conceitos pré-estabelecidos de uma sociedade pronta para rotular o que nem eles mesmos haviam definido.
Embora direção e roteiro jamais cataloguem ou mesmo sugira algo sobre a natureza da relação entre os dois meninos – e nem eles- quando a maldade que está nos olhos de quem vê é desliada, tudo que era puro, natural e indefinido se torna desfocado e drasticamente contaminado para sempre pela realidade cultural. É o fim dos jogos de faz-de-conta e o começo do inexorável empurrando-nos em direção a idade adulta.
É também o fim do lúdico e o começo da brutalidade do que tem que ser o homem em grupo. #Cose é sobre isso; “Close” é mais que só isso.
Trabalhando com planos muito fechados em alusão e conformidade com o título num pleno e explícito exercício do íntimo, o diretor utiliza-se de inúmeras metáforas imagéticas para ampliar a narrativa dentro de um contexto onde palavras nunca, nunca são o bastante para expressar a grandiosidade de um sentimento avassalador. Seja de dor ou amor. De todos personagens.
A cumplicidade entre os dois protagonistas é tão eloquente que nos arrasta para dentro da estória tornando-nos parceiros muito próximos de suas alegrias e dores através de uma inevitável identificação emocional para com essas vivencias e porque sim, nós sabemos ou podemos imaginar como tais sentimentos (de todos personagens) doem no âmago de todas as almas.
Com interpretações arrebatadoras mesmo sem apoio de palavras - pois é o não dito e a incapacidade dizer que gritam mais alto - eis um delicadíssimo trabalho, onde o arco dramático apoia-se no arrebatamento das imagens que sem dúvida nos provocam alguns bem apertados nós na garganta.
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