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O vencedor do Leão de Prata do #FestivaldeVeneza2022, o novo filme do cineasta Luca Guadagnino do acamado “Me Chame Pelo seu Nome” (Análise em 23/12/2017), é tão perturbador quanto magnífico em sua proposta, realização e analogias.
A adaptação literária do romance de Camille DeAngelis, que tem um olhar absolutamente novo sobre os “estranhamentos”, desejos, desencaixes e o sentimento de isolamento na faze da pós adolescência, utilizando o “gore” (subgênero dos filmes de horror), atrelado a um “road movie” de buscas, (físicas e psíquicas) resulta numa beleza mais que impactante.
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Com uma pegada de genuína de profunda angustia muito semelhante ao clássico de 1983, “Fome de Viver”, sem a estética sombria deste, #BonesandAll adentra a seara de um romance inteiramente gótico ambientado numa américa dos anos 80.
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O roteiro certeiro que desde o início deixa claro quem são e do que se alimentam seus dois protagonistas, (o encantador Timothée Chalamet e a joia canadense, Taylor Russell), e que ainda inclui nomes como Mark Rylance, Michael Stuhlbarg e Chloë Sevigny, nos obriga a acompanhar (é impossível resistir), uma jornada bizarra, porém repleta de emoções e pesares impossíveis de serem contidos.
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Nos 130 minutos dessa obra, os diálogos aparentemente muito simples estão repletos de significados, a química entre os protagonistas é palpável, a câmera alterna acertadamente entre fades ins e fade outs, a fotografia em película ressalta as belezas das locações enquanto a trilha sonora mesclando piano e guitarra pontua momentos de muita ternura e muita, muita tensão.
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Ao fim e ao cabo, #BonesandAll é um conto sombrio e melancólico do qual não se consegue despregar os olhos por conta das alegorias e reflexões provocadas pelo brutal e pelo horror ainda que também seja uma estória de seres vulneráveis vagando pelos seus destinos sempre em busca de um amor que os possa libertar.
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