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  • Foto do escritorCardoso Júnior

As Veias do Mundo – Mongólia – 2021



O melhor de assistir filmes internacionais é que acabamos, inevitavelmente, conhecendo países que muito provavelmente nunca iremos visitar bem como seus povos, costumes e tradições aumentando exponencialmente nossa percepção sociocultural.

Assim, a diretora Byambasuren Davaa, roteiriza sobre a estória ficcional de uma família de pastores de cabras moradora nas belas estepes da Mongólia para fazer uma grave denúncia sobre as empresas de mineração que já destruíram 391 lagos, 344 rios e 760 nascentes em busca de ouro, algo que acaba com vilarejos e com a inevitável exploração manual dos habitantes locais.


Como já havia comentado com vocês em “A Lenda de Tomiris” (análise n º 1.363), é muito bom constatar que na sociedade mongol a mulher tem paridade com o homem em todos os setores e, mesmo nos campos mais distantes, sua voz é ouvida e respeitada nos conselhos tribais dos nômades.

Dito isto, #VeinsoftheWorld, traz em sua estrutura narrativa uma estética de documentário enquanto aborda o drama de um menino de 11 anos dividido entre as tradições milenares e o dever de ser o homem da casa enquanto alimenta o sonho de ser cantor. Infelizmente o roteiro encontra dificuldades em alinhavar com mais força suas premissas, abrindo vertentes para em seguida quase esquece-las, ou demorar muito a retomá-las, mas tecnicamente os belos planos abertos das estepes, os voos sobre as veias da terra, as opções angulares e a trilha sonora regional acrescentam regionalismos e belezas ao longa.

Lamentavelmente, a diretora com uma indicação ao Oscar pelo documentário “Camelos Também Choram”, oscila entre os gêneros e perde a oportunidade de nomear as empresas deixando sua denuncia solta no filme, mas a atuação do pequeno ator mirim trás leveza e graça para seu relevante projeto.



TRAILER:



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