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  • Foto do escritorCardoso Júnior

A Costureira de Sonhos – Índia – 2018

Atualizado: 8 de ago. de 2020


Um título extremamente mal traduzido pode arruinar um filme, este não é inteiramente o caso, mas esta tradução gera expectativas, que #Sir, ou Senhor, a melhor opção, não concretiza, e A Costureira dos Sonhos está absurdamente longe desta tipificação e mais próxima de um romance proibido.

O roteiro linear de Rohena Gera, muito simples, encontra Ratna, interiorana e empregada doméstica em Munbai, convocada a retornar imediatamente ao trabalho devido a um revés na vida de seu patrão, Ashwin, a quem chama de Senhor, e que, um tanto frágil e carente, acaba por se aproximar de sua funcionária, que sonha em ser estilista de moda. O texto, então, trata das impossibilidades de tal aproximação, os preconceitos sociais, culturais, e, em menor escala, religiosos; das diferenças nessas esferas entre interioranos e cosmopolitas, desde etiquetas até expectativas; das inevitabilidades nas vidas de ambos, decorrentes de tradições que cerceiam especialmente as mulheres, mas também os homens, criando uma narrativa similar a tantas, que tratam de amores impossíveis, como Sabrina e A Noviça Rebelde, mas sob paradigmas da sociedade indiana, que determinam sua conclusão.

Tanto o texto, quanto a direção de Rohena fogem à estética bollywoodiana, e se aproximam do cinema ocidental, especialmente, o francês, que também participa da produção. Contudo, ainda mantém alguns elementos dessa, como cenas de grandes paradas e de dança, mesmo que dentro do contexto e longe do tão esperado glamour. A condução de Rowena é competente, sem grandes distinções, mas justa para a sua pouca experiência. Tillotama Shome, a Ratna, e Vivek Gomber, o Ashwin, em ótimas atuações, concedem humanidade às personagens, nos remetendo à memória de Sabrina e Linus. O resto do elenco é proficiente, sem destaques. Percebe-se a influência dos produtores franceses na fotografia, na arte e na edição, que são muito boas, mas ocidentalizadas, e apesar da música manter a regionalidade, que suavizada, não ficou isenta de tais influências.

Um drama romântico, indiano e francês, um tanto deslocado da estética, vieses técnicos e dramaturgia de ambos, que conta a história de um amor impossível, é o que traz o curioso e interessante #ACostureiradeSonhos. Vale assistir.

TRAILER

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