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  • Foto do escritorFábio Ruiz

O Retorno de Mary Poppins – EUA – 2018

Atualizado: 18 de ago. de 2020


Cinquenta e quatro anos após Julie Andrews, flutuando em sua sobrinha, pousar em Londres como Mary Poppins para ajudar Michael e Jane Banks, ou melhor, seus pais, Disney revive a personagem em Emily Blunt, que desta vez chega presa à pipa de Georgie Banks, o filho mais jovem de Michael, agora viúvo, morando na casa que um dia fora de seus pais, e prestes a perdê-la para o mesmo banco onde seu pai trabalhou, e onde o próprio também trabalha.


O roteiro de David Magee, baseado em sua história, de Rob Marshall e de John DeLuca, é brilhante, criando uma similar à original, mas singular, centrado nos filhos de Michael Banks, que, como sua irmã Jane, endureceu com a maturidade e esqueceu da magia de Poppins e de como ser criança e, inteligentemente, apresenta-o recém viúvo com três filhos, os gêmeos Anabel e John, e o pequeno Georgie, e com dificuldades financeiras, quando Mary Poppins retorna na pipa que o infante Michael soltava no primeiro filme com os pais e a irmã, que o adulto jogou fora. Entremeado à simples trama, lindos e contextualizados números musicais, que ao mesmo tempo o distingue e o primeiro homenageia. Com muita delicadeza, a narrativa segue o curso próprio sem nunca abandonar e honrar as suas origens.


A direção de Rob Marshall, do vencedor do Oscar Chicago, é magnifica, no exato tom, sem exageros ou limitações, e, como o roteiro, mantém a originalidade sem deixar de se remeter à de Robert Stevenson, diretor do primeiro filme. Observem as atuações, as sequencias, os distanciamentos, tudo, na medida certa. Emily Blunt brilha, repetindo a fórmula. Traz a sua Mary Poppins, mas não perde de vista, em momento algum, a de Julie Andrews. Lin-Manuel Miranda, como Jack, que quando criança andava de bicicleta e cumprimentava a infante Jane Banks, assume um papel equivalente ao de Bert, interpretado Dick Van Dyke no precursor. Lin-Manuel, em papel diferenciado, imprime as mesmas alegria, ingenuidade e generosidade que Dyke concedeu à personagem, em mais uma emocionante referência. Ben Whishaw, também excelente, amadurece e endurece, com perfeição, Michael Banks. Emily Mortimer, ótima, tem presença um pouco menos destacada nesta versão. Meryll Streep, em maravilhosa participação, Colin Firth, como um excelente e cômico vilão, Julie Walters, competentíssima, e o contagiante elenco infantil completam o elenco principal. Dick Van Dyke canta e dança em participação especialíssima no papel de Mr. Dawes Jr., lembrando que Dyke acumulou, na primeira versão, o papel de Mr. Dawes Sr.


A música segue a premissa que permeia todo o filme, original sem esquecer suas origens, e é brilhante. Marc Shaiman acerta o alvo todas as vezes, além da belíssima música, não tem uma canção original que não seja, no mínimo, muito boa. Surpreende nenhuma ter sido indicada ao Globo de Ouro. Fotografia, arte e edição, excelentes, seguem o mesmo paradigma. Rob Marshall conquista o que poucos conseguiram fazer. Décadas após o lançamento do filme original, traz a sua continuação que em nada deixa a desejar à primeira, a não ser a ausência de Julie Andrews, que, acredito eu, teve o papel desempenhado pela carismática Angela Lansbury, como a mulher dos balões, escrito para ela, uma pena. #ORetornodeMaryPoppins é imperdível

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