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  • Foto do escritorCardoso Júnior

A Balada de Adam Henry - Inglaterra- 2018

Atualizado: 22 de ago. de 2020


Todo verdadeiro cinéfilo tem algumas manias. Uma delas é querer conhecer mais sobre pessoas interessantes sejam elas atores, atrizes, diretores, roteiristas ou escritores. Aqui, sofremos de todas elas conjuntamente, pois acreditamos que só assim, é possível conhecer profundamente os trabalhos que eles nos oferecem e poder avaliá-los com a precisão de quem conhece o livro todo por dentro; não pela capa.

Este foi nosso caso quando assistimos e comentamos “Na Praia de Chesil”, e “redescobrimos” o grande e premiado escritor e roteirista britânico, Ian McEwan, e fomos à busca de sua outra adaptação cinematográfica apresentada no Festival de Toronto/ 2017 que teve rápida passagem nos cinemas UCI agora em Setembro. “The Children Act", (a lei das crianças), é um drama jurídico e pessoal bastante honesto e elegante sobre uma juíza casada com seu trabalho e que tem que decidir sobre a vida ou a morte de um jovem que recusa tratamento médico por conta dos ditames da religião de seus pais.

O roteiro ainda desliza sobre questões conjugais muito interessantes, transita levemente pela seara da admiração que gera paixão, mas, infelizmente, não aposta com mais força no que tem de melhor (a relação entre a juíza e o jovem), perdendo muito da sua força na diluição dos arcos. Felizmente, há nele uma monstruosa Emma Thompson que entrega à sua personagem emoções internas tão translúcidas e conflitantes que não conseguimos tirar os olhos dela principalmente enquanto contracena com uma das atuais maiores promessas do cinema, Fionn Whitehead (Dunkirk), que através do olhar nos transmite todas as dúvidas e embates internos da personagem e protagonizam uma química cênica rara no cinema. Stanley Tucci brilha como sempre embora o roteiro lhe fique devendo uma maior profundidade humana.

Sem dúvidas o diretor Richard Eyre apresenta um trabalho tecnicamente respeitável onde, sabiamente, explora em vários closes a protagonista e, embora o roteiro retire o lastro do que deveria ser o fulcro central, ainda assim promove discussões e reflexões adultas e importantes sobre a imposição da lei diante de convicções religiosas

Vale muito conhecer!

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