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  • Foto do escritorFábio Ruiz

Marvin – França – 2017

Atualizado: 22 de ago. de 2020


Marvin, filme de Anne Fontaine, conta a trajetória da personagem-título desde a sua pré-adolescência até a idade adulta, abordando questões de sua sexualidade, de abusos parentais e escolares, entre outros eventos que o constituem.

O roteiro de Pierre Trividic e Anne Fontaine, alterna entre o presente ficcional, que encontra Marvin preparando-se para subir ao palco, e dois momentos passados, os do pré-adolescente e do adolescente, construindo a sua história.

Os conflitos da narrativa da personagem ainda infante são mais claros, contundentes e interessantes, ilustrando questões como a descoberta dos desejos, o bullying sexual, e o abuso parental em uma família rude e pobre no interior da França. Contudo, ainda nessa, perdem forças, quando o caminho de Marvin cruza o de Madeleine Clément, a nova diretora de sua escola, que lhe apresenta o teatro, que, como uma revelação, quase um passe de mágica, elimina grande parte de seus confrontos e amaina a outra, roubando, assim, o interesse da trama.

Os conflitos do Marvin, adolescente e adulto, são mais superficiais e, de maior rapidez, as suas soluções, comumente, através de uma personagem fada-madrinha, uma que o faz aceitar sua sexualidade e a outra que lhe apresenta Isabelle Huppert, a terceira fada-madrinha, que terá grande importância no desfecho da trama. No retorno ao presente ficcional do início do filme, quando a personagem maquia-se para entrar em cena, o filme se estende ainda mais para os acertos de contas da personagem com o seu passado, que poderiam ser eliminados da trama sem grandes prejuízos dramatúrgicos.

A direção de Anne Fontaine é boa, apresentando enquadramentos interessantes, especialmente, no palco. Jules Porier, o infante Marvin, apresenta maior desenvoltura, auxiliado por conflitos e tensões mais bem elaborados, do que o das fases adulta e adolescente, vivido por Finnegan Oldfield, que tem boa atuação. Isabelle Huppert, no papel dela mesma, é o grande destaque do elenco, engrandecendo demasiadamente as cenas em que está presente, e o resto do elenco é satisfatório. Fotografia, arte, edição e música são muito boas, mas encobertos pela trama extensa.

Marvin, um filme sobre a construção do caráter, da identidade e da sexualidade da personagem-título, é uma opção interessante para o fim de semana.

PS: Em cartaz.

TRAILER

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