Adaptado do romance com mesmo nome, “Die Mitte Welt” é mais um filme que investe na temática do amadurecimento em meio a uma família disfuncional, porém narrado com muita sensibilidade e naturalidade dentro dos conflitos circundantes e com um toque sublime de ingenuidade.
O primeiro grande acerto do diretor Jakob M. Erwa foi à escalação do competente elenco para nos contar essa estória, principalmente na escolha do protagonista, Louis Hofmann (“Terra de Minas” e da série “Dark”), que dá um show de personificação na pele de um jovem gay alemão em sua jornada de descobertas.
O recurso da narração em primeira pessoa, os flashbacks das experiências na infância intercalados algumas vezes com uma série de montagens de fotos, traz certo humor estilístico para a narrativa que, em muitos momentos lembram o estilo de Xavier Dolan, não só nas problemáticas da família e amigos bem como na trilha sonora e no desenvolvimento como um todo o que, de forma alguma desmerece o trabalho. Pelo contrário.
O artifício de transitar por vários sub-plots, (onde todos vivenciam o amor à sua maneira), retira a trama da armadilha de ser apenas mais um filme sobre relacionamento homo afetivo embora explore com solidez e extrema delicadeza as alegrias e a dores do primeiro amor com muita ternura e sinceridade inclusive nas cenas de sexo entre os jovens, comedidas sim, mas explorando com bom gosto o belo e a nudez dos corpos amantes.
Assim, “Centro do meu Mundo” reúne vários tópicos sobre alguns tipos de amor, e uma direção que sabe costurá-los de forma emocionante fazendo com que fique clara a identificação com todos os personagens em suas múltiplas jornadas de descobertas, amadurecimento e buscas pelo amor ideal.
Afinal, quem já não viveu um primeiro amor?
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