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Foto do escritorCardoso Júnior

Vingança- França-2018

Atualizado: 21 de ago. de 2020


O primeiro e novo Thriller da diretora francesa, Coralie Fargeat, que estréia em 31 de Maio no Brasil, se for assistido com olhos apensos à ficção pode ser uma comédia hilariante por sua premissa farsesca que extrapola toda e qualquer probabilidade de crença na veracidade do que acontece na tela.

Embora o gênero “estupro e vingança” tenha algumas raízes fincadas em filmes de terror sangrento, o fiapo de roteiro é tão previsível que o espectador pode prever absolutamente tudo que acontecerá do início ao fim com muita antecipação descartando qualquer possibilidade por mais remota que seja de surpreendê-lo em algum momento por mais que a invasiva trilha sonora tente, desesperadamente, manter um clima de suspense, não afastará um sorriso sardônico nos lábios de uma platéia minimamente inteligente.

Nos primeiros momentos, enquanto a jovem (sempre bonita), brinca com seu poder de sedução dentro da mansão, tudo está bem ainda que o próprio título já entregue que não ficará, mas qualquer mente pensante não achará plausível que ela sobreviva a uma queda de mais de cinco metros de altura com um galho de árvore que atravessou seu intestino pelas costas vazando e saindo pontiagudo por sua barriga iniciando uma luta mortal e sangrenta por sobrevivência no melhor estilo Rambo.

Ao ridicularizar a protagonista transformada subitamente em heroína sempre escassamente vestida, o roteiro continua seguidamente apelando pela suspensão da realidade em prol de uma alegoria com hashtag MeToo, para transitar por uma coletânea de estereótipos sexistas ignorando as improbabilidades em várias cenas e sequências em prol de uma fantasia-premissa absurda de uma auto-medicação- cura com peiote com direito a uma cauterização ( em apenas um dos lados da ferida), que resulta numa tatuagem feita a ferro e fogo numa nada crível e risível associação com empoderamento feminino.

Com isso feito, a nova mulher maravilha parte para uma caçada- vingança com direito a close-ups em câmera lenta de vísceras repugnantes, pedaços de carne dilacerada e sangue, muito, muito sangue a ponto de nos perguntarmos se a direção desconhece o fato de que o corpo humano tem apenas cerca de cinco a seis litros do precioso líquido e que não é nada crível pintar uma casa com ele ou fazer uma extensa trilha com ele.

Tecnicamente bem realizado, o filme dedica ridiculamente muito tempo à violência irracional e horror grosseiro de forma exagerada que, se a proposta era fazer algo com características trash-gore, acertou na mosca e merece os mais calorosos aplausos, mas ainda assim, seu cérebro, olhos, ouvidos e estômago não merecem passar por isso.

Para amantes de filmes “estupro/vingança” sem esguichos de sangue, recomendamos: “Acusados” de 1988 que de o Oscar a Jodie Foster ou “Extremities” analisado na semana passada.

TRAILER

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