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  • Foto do escritorCardoso Júnior

O Motorista de Táxi - Coréia do Sul- 2017

Atualizado: 18 de ago. de 2020


O indicado da Coréia do Sul para uma vaga no Oscar 2018 é, primeiramente, uma boa aula sobre os mistérios desconhecidos da história atual de um país para quem gosta da temática. Não da parte boa ou bela, mas das crueldades e chacinas que as ditaduras impetram sobre os povos para se perpetuarem no poder e que, lastimavelmente, poucos vieram a ter conhecimento. Boa escolha!

Baseado na história real sobre o massacre ocorrido na Coréia do Sul em 1980 que envolveu a classe estudantil (e toda a população), da cidade de Gwangju (perto de Seul), em prol da democracia, revoltados com a lei marcial imposta pelo governo, e dois personagens de altíssima relevância para os fatos; um simplório motorista de táxi e um jornalista alemão, ainda que polvilhada com boas pitadas de humor e aventura ficcional, funciona maravilhosamente bem no cinema por retirar “um pouco” a dramaticidade da história.

O primeiro ato que começa leve (quase cômico), focando na vida do herói motorista, que o mundo jamais saberá o nome, desvia muito bem a atenção do espectador dos horrores que virão no segundo ato, mas é fundamental para traçar a evolução da personalidade do homem alienado com o coletivo, com os distúrbios políticos de seu país, centrado apenas em seus problemas comezinhos.

Nessa jornada, de apenas um poucos dias dentro de um barril de pólvora, a narrativa vai se tornando comovente ao mesmo tempo em que reforça o enorme papel da imprensa internacional na divulgação das atrocidades escondidas do mundo e de seu enorme poder de mobilizar a opinião pública e derrubar regimes despóticos enquanto acompanha e apresenta a evolução de um homem comum que, confrontado com duras realidades, assume seu papel de cidadão consciente dos deveres para com a nação.

Tecnicamente irrepreensível, “A Taxi Driver” que equilibra em doses acertadas um misto de violência e leveza, vai nos mostrando a construção de uma sólida amizade produzida pela necessidade de sobrevivência, guardando para o terceiro ato uma tão emocionante como uma verídica cena que nos mostra a importância não só da imprensa, mas do homem comum e anônimo como elemento transformador das sociedades.

Infelizmente, “#TaeksiWoonjunsa”, não tem nenhuma previsão de chegar aos cinemas brasileiros ainda que seja um trabalho muito superior, muito importante e muito mais relevante que os entretenimentos-comerciais- hollywoodianos em cartaz. Felizmente, os serviços de Streaming estão disponíveis para salvarem essa obra, digna de ser valorizada e aplaudida, do ostracismo sócio-cultural, o mesmo no qual seu herói real optou por desaparecer.

Parabéns Coréia do Sul!

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