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  • Foto do escritorFábio Ruiz

Kingsman – O Círculo Dourado – Inglaterra– 2017

Atualizado: 18 de ago. de 2020


Os filmes de HQ (histórias em quadrinhos ou “comic books”, em Inglês) proliferam no mercado de cinema. Os estúdios conceberam um mercado à parte, com características tão próprias que podemos considerar esses em uma categoria isolada e os analisarmos apartados de todos os outros, ou seja, destacados de filmes que não tratam de HQ, mas de qualquer outra coisa. E, assumindo essa premissa, esta análise, que agora escrevo, tem por alvo Kingsman – O Círculo Dourado, o segundo filme da série, baseado na franquia britânico-americana Kingsman, de HQs de espionagem, ação e comédia, criada, originalmente, na Inglaterra. Kingsman é uma agência de espionagem secreta independente que tem como fachada uma loja especializada em roupas de classe masculinas. Entre ternos chiques, sapatos brilhantes e óculos charmosos, espiões britânicos engomadinhos, repletos de “gadgets” com grande estilo, glamour e hipertecnológicos, executam operações sigilosas que nem a polícia britânica tem conhecimento. A aventura começa com Eggsy, um jovem espião, interpretado por Taron Egerton, deixando o QG da agência, quando um espião renegado, Charlie – cuja trajetória é contada no primeiro filme –, o ataca ao entrar no seu taxi – no estilo britânico, mas recheado de surpresas. Segue-se uma cena de ação eletrizante, onde Eggsy e Charlie lutam no carro em alta velocidade e perseguidos por três outros dos comparsas de Charlie. Eggsy, aparentemente, leva melhor, até que seus colegas espiões são aniquilados em um ataque surpresa. Apenas Eggsy e Merlin sobrevivem – o primeiro porque estava em um jantar com o rei e rainha da Suécia, pais de sua namorada; o segundo, porque, tecnicamente, não era um agente, mas apenas um técnico de suporte. Conforme a trama se desenrola, conhecemos Poppy – a vilã interpretada por Julianne Moore – , psicopata e maníaca pela década de 50, que sequestrou Elton John e vive em ruínas transformadas em uma cidade desta década nas selvas da Tailândia; Os agentes Tequila, Uísque, Champanhe e a técnica Ginger Ale – interpretados, respectivamente por Channing Tatum, Pedro Pascal, Jeff Bridges e Halle Barry – da contraparte americana da Kingsman, a Statesman – que tem por fachada uma destilaria de uísque no estado do Kentuchy; e revemos Harry, o agente Galahad, que havia sido dado como morto no primeiro filme da franquia. Os nomes das personagens, por si só, já denunciam o tom do filme e apontam para o que o espectador espera nas quase duas horas e meia de projeção: sequências surreais de ação extrema e grande comédia. A beleza de um filme como este, não está somente nas espetaculares cenas de ação, mas também, na enorme liberdade como os atores podem criar suas personagens tão exageradas quanto os seus talentos podem permitir. Julianne Moore e Colin Firth dão aulas de interpretação – maior ênfase para Firth, no período em que ainda se encontra com amnésia. Halle Berry, que fez escolhas questionáveis após receber o Oscar, cria, com maestria, sua Ginger Ale, justificando a estatueta que tem em sua prateleira. Mark Strong mostra a competência que possui. Jeff Bridges está excelente, mas tenho certeza que poderia sair mais da zona de conforto e elucubrar ainda mais a personagem. O elenco jovem, composto, principalmente, por Taron Egerton, Channing Tatum, Edward Holcroft e Poppy Delevingne aponta para uma nova geração de talentos – ênfase para Egerton, que, se fizer as escolhas corretas, poderá se estabelecer e se consolidar com destaque no mercado. O elenco é afiado, afinal, o grau de liberdade para criar deve ter sido considerável. Matthew Vaughn, diretor de X-MEN: Primeira Classe, se estabelece como um grande expoente nesse nicho – HQ –, sua direção é excelente, a escolha das tomadas é muito bem realizada e o tom de comédia muito bem implementado. Os demais critérios técnicos – arte, música, edição, som, efeitos, etc. – são de considerável qualidade e realce. #OCírculoDourado – diferente de outros filmes de HQ, que transitam nos feudos e rixas da Marvel e da DC, aqueles dos heróis que todos já conhecemos – é um filme para todas as audiências, das crianças aos seus avós, tem risos e ação para todos. O público especializado poderá se deleitar com as interpretações e com a direção. E, todos poderão se divertir, e muito, com as participações superespeciais de Elton John, como ele mesmo e da grande Emily Watson, como Chefe da Casa Civil americana. Vá conferir.

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