O filme indicado pela Holanda que tentou e não conseguiu uma vaga entre os cincos melhores estrangeiros do Oscar 2016, é mais que interessante.
Com narrativa fragmentada, apresentando e unindo histórias e personagens de várias nacionalidades que, inicialmente, sem conexão alguma acabam interferindo na vida uns dos outros, em uma tão bela quanto suja Amsterdã, segue a formula “seis graus de separação” que já foi bastante utilizada pelo cinema mundial em vários trabalhos (Amores Brutos, Babel, Crash), só para citar três, mas funciona muito bem.
Seu roteiro inteligente que expõe o drama vivencial de refugiados ilegais como: a mãe Bósnia, o operário Africano, a modelo Búlgara, o menino Sueco gênio musical, seu pai um grande maestro e um Sérvio que vive da indústria da prostituição, consegue, através da lenta construção do primeiro ato, fazer com que mergulhemos profundamente nos cotidianos e sonhos deles para, no segundo ato, sermos imersos na fria realidade da vida como ela é.
Certamente o maior mérito de “A Suíte Paraíso” está na profundidade emocional dos personagens que se tornam tipos quase palpáveis de tão críveis, embora insignificantes, retratando humanos com qualidades, defeitos, falhas e acertos como qualquer um de nós.
Ainda que longe de uma perfeição cinematográfica, The Paradise Suite acaba sendo uma radiografia consistente da questão dos ilegais e da exploração que o próprio homem impõe sobre seus semelhantes, ainda que vivam em um dos países mais vanguardistas do planeta.
Pouco divulgado além da Europa, eis outro trabalho que merece a atenção, o respeito e a apreciação de todos que almejam mais que meros blockbusters comercialmente esquecíveis.
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