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  • Foto do escritorCardoso Júnior

A Vaidade - Bélgica - 2015.

Atualizado: 16 de ago. de 2020


Eis outro trabalho super interessante e bastante especial na grade do #FestivalVariluxdeCinema. Com um plot simples sobre um homem deprimido que contrata uma empresa de eutanásia para sair da vida de forma digna, passado em uma única noite de inverno e com apenas três personagens, diretor e roteiro transitam por metáforas impressionantes que permeiam um tema doloroso,mas com muita graça, leveza e surpresas. Com arquitetura fílmica muito peculiar e fotografia perfeita oscilando entre tons lúgubres e ensolarados, “La Vanité” percorre o caminho da solidão humana promovendo enorme catarse através da junção perfeita dos arcos emocionais dos protagonistas, todos, a beira da extinção, ainda que sobreviventes. Descrito assim, pode parecer espinhoso discorrer sobre o direito a eutanásia, mas o desenvolvimento peculiar do roteiro foge magistralmente do dramático sem apelar para clichês de gênero, explora o confinamento interno e externo de forma genial, mantendo o pico de atenção ligado até o desfecho de forma deliciosamente pungente e envolvente. Brincando com situações surreais muito próximas da realidade e com elenco coeso, mostra-nos um bem amarrado enredo sobre o quanto as conexões humanas com desconhecidos, podem ser fundamentais para a sobrevivência quando inexistentes no seio familiar. Amizade, solidariedade, cura, amparo ou redenção? São meras questões... Raros trabalhos, com apenas 75 minutos, mergulham tão fundo no inferno da solidão emocional emergindo e submergindo em alternâncias para a suave superfície das esperanças... Despretensioso, simples, genuíno, profundo, altamente sensual e divertido, “A Vaidade” é uma experiência cinematográfica inteligente, bonita de ser vista, preciosa em seu cerne e, por tudo, memorável. Para quem nunca ouviu nem falar, ainda é tempo de assistir no Festival.

TRAILER

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