O indicado a melhor filme estrangeiro ao Oscar 2016, é um trabalho cuja “expertise” do roteiro faz todo o diferencial pelo enfoque inusitado da guerra, abordando-a em três vertentes distintas. O primeiro enfoque sobre jovens Dinamarqueses querendo entender porque colocam suas vidas em risco no distante Afeganistão, é algo que tange questões internacionais de largo espectro. Muito interessante também é a segunda e paralela narrativa centrada na esposa do capitão, lutando para criar seus três filhos na ausência temporária do pai... A “falha trágica” que leva ao terceiro desdobramento em um tribunal de guerra, é desencadeada por uma simples decisão onde, nos dois pratos da balança, encontram-se um provável julgamento militar equivocado e ou uma decisão humanitária acertada. A ousadia de formatar um trabalho com câmera de mão, não prejudica em nada, pelo contrário, trás mais veracidade à proposta e a comparação sutil entre dois mundos infantis díspares é algo que faz o expectador pensar. Eis um trabalho sobre vários ângulos de uma guerra, principalmente as grandes batalhas interiores que ela causa em seus combatentes e em todos que os cercam. Infelizmente, em nossa opinião, com um tema tão inovador, a direção opta por uma construção muito seca evitando exteriorizar qualquer tipo de emoção de forma mais contundente e isto pode fazer com que leve tempo demais para configurar os três ótimos pontos de vista. Se, o bem amarrado roteiro, vai por um caminho humanitário bastante diferente dos filmes de guerra habituais, talvez as emoções poderiam ser menos contidas e o ótimo elenco tivesse permissão para exteriorizá-las. Seja como for, “#AWar” merece a indicação principalmente pelos dilemas de ordem moral que são colocados em situações concretas. Ps 1: Possivelmente, nunca chegará por terra Brasilis, uma vez que o vencedor do ano passado, o belíssimo “Ida”, ainda não chegou... Há que se lamentar. Ps 2: Sequer há cartaz e trailer legendado...ainda....
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