Sendo Sherlock Holmes uma das personagens mais famosas da literatura e amplamente revisitado pelo cinema e Tv ( Robert Downey Jr e Benedict Cumberbatch), para citar apenas dois exemplos, este, vivido pelo magnífico Sir.Ian McKellen é algo que nem Conan Doyle poderia prever. Adaptado do romance “A Slight Trick of the Mind”, abandona o mito da lógica detetivesca conclusiva e imbatível e, faz um mergulho profundo no estudo do personagem na sua velhice. Bastante inovadora a ótica proposta para os fãs do maior detetive de todos os tempos. Este passeio por uma mente que começa a falhar e ainda assim, insiste em elucidar um caso do passado, apresenta um Holmes mais humanizado, mais frágil e sentimental. O roteiro que abdica de reafirmar características do mito (e até desmitificá-las), torna-se interessante como um “case study” na abordagem de um Holmes com 93 anos, revisitando falhas do passado, tendo como auxiliar não mais o tão famoso Watson e sim, o pequeno Roger (Milo Parker.) Por certo existem inúmeros aspectos relevantes neste trabalho como a competente direção, a bela fotografia e a perfeita reconstituição de épocas, mas tudo o mais se eclipsa neste estudo sobre solidão diante da composição assombrosa de McKellen. Eis um filme de ator, com um dos maiores do nosso século, para quem aprecia o gênero.
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