Minha Querida Dama - Inglaterra- 2015
- Cardoso Júnior
- 1 de set. de 2015
- 1 min de leitura
Atualizado: 15 de ago. de 2020

Caso seja você o tipo de cinéfilo que aprecia “filme de ator” (aqueles cujo foco central está nas atuações e diálogos), eis uma ótima pedida! Maggie Smith dispensa qualquer elogio, Kevin Kline, mais afeito a comédias, brilha em sua maturidade dramática e, a sempre ótima e densa Kristin Scott Thomas, fecha o elenco com galhardia. Com um roteiro simples e delicado porém com grande carga dramática sabiamente alternada por momentos mais leves, o encontro destes três personagens, suas questões e os inteligentes diálogos, faz com que nos apaixonemos imediatamente pela narrativa que, muito bem dirigida, escapa do tom teatral e ainda nos brinda com vários takes belíssimos de Paris. Esse mais que bem montado encontro do passado com o presente, esse desenterro de ossos que propicia a eclosão de traumas de infância colocados sob uma lupa para que se possa chegar à redenção através do entendimento e libertação do velho em prol da seqüência da vida de forma mais leve, é mais que louvável; beira o delicioso. Que ninguém espere por eletrizantes ações, lutas gratuitas, grandes batalhas, violências exacerbadas e apoteoses pseudo-intelectuais-discursivas. Se você não busca por este tipo de cinema de efeito, encontrará tudo que dissemos que não há, porém, contidas e explodidas nos interiores humanos;nas profundidades dos seres em conflito. "#MyOldLady", por ainda contar com bela fotografia e ótima direção de arte, é um belo exemplo de cinema; pura essência da sétima arte. As cenas pós-créditos pouco acrescentam, mas quando entram, já fomos cativados pela excelência do exercício interpretativo.

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