Depois de assistirmos quatro filmes praticamente seguidos com Daniel Bruhl, sentimos uma necessidade pungente de revisitamos Edukators, movidos pela curiosidade de releitura das importantes questões contidas nele, após 15 anos do impacto causado. Não foi nada animador... Tudo continua perfeito nessa obra importantíssima do cinema Alemão. Atuações, fotografia, trilha, direção e, principalmente o espetacular roteiro. A análise critica sobre o sistema capitalista exploratório, seus males, o acúmulo de bens materiais confundido com felicidade, o Estado controlador/opressor manipulando a sociedade para seu próprio lucro e manutenção através de falsas ilusões corroboradas pela mídia televisiva alienante que anestesia provocando a falsa sensação de felicidade. Enquanto isso, o egoísmo e a ganância exacerbada do sistema - sempre de forma camuflada- aparentam trabalhar em prol do bem comum para, apenas, manter-se no poder extraindo o máximo de benesses para si mesmo. Impressionantemente atual. Mas, se algumas pessoas nunca mudam, não importa que cada coração seja uma célula revolucionária. O confronto de gerações onde o novo acredita poder alterar as injustiças do sistema e o velho que já rendeu-se a ele, esse moto contínuo, onde ninguém pode ser realmente feliz é uma constatação brutal. "Die Fetten Jahre Sind Vorbei", não só merece ser revisto, como é premente sua releitura ainda que, agora, as esperanças e arroubos de uma juventude reacionária, tenham se acomodado no conformismo ilusório e que, amadurecidos compreendamos que os dias de fartura só para quem faz parte do sistema jamais acabarão. Doa a quem doer, esteja você do lado que estiver, aceite que o mundo não é justo e nunca será. Quinze anos depois, Edukators mantêm o status de urgente!
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