Lançado no Festival de Cannes, escrito e dirigido por Quentin Tarantino, e um dos trabalhos mais aguardados do ano, acerta com maestria na direção e, lamentavelmente, se arrasta ao longo de quase três horas por um roteiro mediano que, não fossem os protagonistas (ler Leonardo de DiCaprio) , descambaria pra beira do enfadonho.
A ótica pessoal do talentoso diretor sobre os bastidores de uma Los Angeles nos anos 1960, introduz inúmeras e gostosas referencias a cultura da época (e atores), recriando de forma notável e extraordinária todo um período através do realismo detalhado das locações, cenários, adereços,figurinos, diálogos e trilha sonora, ousando alguns planos abertos ( das estradas),realmente geniais na feitura.
O problema deste seu nono longa está no roteiro que desenvolve uma narrativa na qual as subtramas se alongam em algumas cenas de desenvolvimento lento sem a cola do suspense, sem as geniais reviravoltas onde sua famosa e admirável irreverência cênica/ humorística funcionam de maneira tímida, arrancando algumas esporádicas e pontuais risadas da platéia.
É claro que é sempre um prazer acompanhar DiCaprio desempenhando um grande papel, ver uma linda Margot Robbie iluminando a tela, um Bread Pitt com uma pegada mais cômica, o surgimento repentino de velhos e novos talentos do cinema na telona em um interessante relato sobre a evolução da TV para o cinema contada, claro, pelo um bom e legítimo faroeste.
A questão é que, conectar tantos elementos, sem usar o máximo de sua conhecida verve sarcástica apostando num final tão mágico quanto desejável, requer muito tempo, e é esse excesso de tempo (e pés), que retira #EraumaVezemHollywood do patamar de ótimo, onde está toda a obra do diretor, deixando-o num degrau abaixo; oscilando entre bom e visível até por apelar para temas sensíveis por pura e desnecessária promoção.
PS: Distribuído pela #SONYPICTURES, previsto para Agosto/19.
TRAILER