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  • Foto do escritorFábio Ruiz

The Post: A Guerra Invisível - EUA – 2017

Atualizado: 18 de ago. de 2020


Quando o New York Times (NYT) publica documentos secretos sobre a guerra do Vietnã e é proibido pela justiça de continuar a fazê-lo, o Washington Post, que está abrindo seu capital, até então de circulação regional, vislumbra a oportunidade de se posicionar no mercado como um jornal de amplitude nacional, caso continue as publicações iniciadas por seu concorrente. Cabe somente a Kay Graham, herdeira do grupo Post, as gigantescas decisões para encontrar, processar, editar e publicar os documentos secretos, desafiando e contrariando o governo autoritário de Richard Nixon. O roteiro é linear e recheado de diálogos interessantíssimos e afiados que desnudam os bastidores da política americana da época e, principalmente, as dicotomias de uma mulher que jamais ansiou ou imaginou-se na posição de tomar decisões de tal vulto. Não há reviravoltas, mas muitíssimo conteúdo destilado nas falas que poderá assustar o espectador menos habitual. A direção de Spielberg é diferenciada de seus outros trabalhos, mas sem o mesmo brilhantismo já visto em A Lista de Schindler e O Resgate do Soldado Ryan. Contudo, algumas tomadas pouco usuais são salutares e algumas decisões infelizes, como o corredor somente de mulheres para escoltar a saída de Kay da Suprema Corte, no mínimo, tendenciosa, e talvez, um pouco frívola, mas que na contemporaneidade Hollywoodiana irá agradar. Meryl Streep, como Kay, está esplendorosa – impressiona como essa atriz singulariza cada um de seus trabalhos, nos presenteando com uma personagem distinta a cada película. Talvez, seja a atuação do Oscar, que, certamente, não ganhará, mais pela dificuldade de digestão dramatúrgica do que por sua performance em si. Tom Hanks está muito bem no papel de Ben Bradlee, editor-chefe do Post, mas sem brilhos. Sarah Paulson, Bob Odenkirk e Mathew Rhys são os mais admiráveis entre tantos coadjuvantes de peso. A edição incomoda com vários cortes, perceptivelmente, brutos. Os figurinos, cenários e adereços de época são perfeitos, retratando, fidedignamente, a época. A música e o som são habilidosos, mas, também, sem realces. Spielberg, como todo grande diretor, tem filmes que não se categorizam como obras-primas, mas que atendem a um propósito. The Post: a Guerra Invisível é um desses, que agradará àqueles que gostam de história, de política, de intrigas, de espionagem... Vale muito assistir.

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