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  • Foto do escritorCardoso Júnior

À Espera dos Bárbaros - EUA-2020

Atualizado: 7 de set. de 2020


Com estreia no Festival de Veneza/2019, o mais novo trabalho do genial cineasta Sul-Americano, Ciro Guerra, (O Abraço da Serpente (2015) e Pássaros de Verão (2018), é um épico portentoso sobre os terrores do colonialismo e sobre o homem ser o próprio lobo do homem.

Mantendo sua linha cinematográfica que sempre busca explorar/ expor comportamentos grupais e, mais uma vez (felizmente), trabalhando em terras próximas do inabitável, Ciro parte para sua primeira produção em língua inglesa contendo astros do cinema hollywoodiano, na adaptação do romance homônimo mantendo a estética que o consagrou levando-o duas vezes ao Oscar: A deslumbrante poesia imagética.

Ok que para apreciar melhor esse mais que arrebatador trabalho, faz-se necessário estar familiarizado com suas obras anteriores para, no mínimo, entender sua concepção fílmica muito diferente das fórmulas rápidas hollywoodianas e sua construção e evolução de roteiros, repleta de simbolismos e, muito bem cadenciada na divisão dos capítulos.

Ao focar a ação em um reino fictício e fronteiriço que vivia em paz até ser “verificado” pelos emissários do governo central que temia uma invasão bárbara, Ciro preenche a narrativa com a formatação dos grandes épicos permeando-a com subtextos e metáforas eloquentes, ajudadas por diálogos / debates empolgantes enquanto a exuberante fotografia ( com uma paleta digna dos grandes mestres da pintura),enquadramentos primorosos e direção de arte requintadíssima enchem os olhos do espectador.

A trilha sonora é outro deslumbra à parte, sempre pontuando as situações / emoções deles e nossas e, mesmo que a selvageria e a barbárie inevitavelmente exploda em tela de maneira contundente e dolorosa, fica claro o que qualquer historiador já sabe de cor: O sistema dominador não hesita em declarar guerras e investidas sobre os povos dominados sem nenhuma razão que as justifiquem, apenas para que o emprego brutal da força imponha mais terror sobre os povos subjugados.

Assim, #WaitingfortheBarbarians, com toda sua magnificência visual e mais que inteligentes simbologias, retrata com boas atuações (destaque para Mark Rylance), um mundo de tempos passados que, lamentavelmente, continua atual levando-nos a perguntar: Afinal, quem são os bárbaros?



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