Adaptada do livro homônimo, essa comédia romântica estilo conto de fadas moderno não foge dos clichês de gênero e, mesmo assim, traz em seu bojo muita sensibilidade, umas boas pitadas de ironias, diálogos potentes e momentos delicadamente bastante divertidos sem esconder uma personagem vilã e circunstâncias vilanescas se opondo a um amor improvável.
O elenco não poderia ser melhor (mesmo com dois jovens ainda em ascensão como protagonistas), mas que brilham em seus papeis por conta de uma química muito palpável e extrema veracidade e muita naturalidade em suas atuações a ponto de aquecer o mais frio e conservador dos corações.
Iniciando a trama com uma interessante farsa belicosa entre oponentes, a narrativa vai evoluindo para a construção de uma amizade que discute a difícil descoberta de uma liberdade de expressão amorosa versus a o encastelamento das emoções dentro de uma família tradicional e das terríveis consequências que podem advir do rompimento das convenções envolvendo, naturalmente, uma exposição pública e dos inesperados desdobramentos prejudiciais para muitos.
O longa, com mais de duas horas em tela, tem a magia de passar voando por conta de seu excelente ritmo e da dinâmica entre os protagonistas envolvidos não só em suas dúvidas e o medo das certezas que podem envolver e acarretar enormes prejuízos para uma disputa mundial de poder e imagens públicas e o perigo de vazamentos de comunicação pessoais através de um hacker.
De forma leve e muito sensual, embora sem grandes ousadias, eis um trabalho importante nos dias atuais pela quebra de barreiras e da nítida evolução da opinião pública e, ainda que o amor seja complicado em sua manifestação e concretização, nos deixa com esperança no futuro.
* Atenção especial a delicada cena no museu embalada pelo clássico de Elvis Presley, “Can’t Help Falling in Love”.
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