Quando vamos falar sobre filmes de monstros, há que se recorrer a boa vontade e a suspenção de crenças para que tudo funcione ou não. Este também é o caso da continuação de #UmlugarSilencioso (comentado em 13/04/18), conhecida como #UmLugarSilenciosoII que estreou felizmente nas salas de cinema dia 27 de maio agora. Eu disse felizmente, pois não é trabalho pra telinhas em hipótese alguma por conta do desenho de som e o habilíssimo designer de produção.
#AQuietPlacePartII, continua acompanhando a luta silenciosa pela sobrevivência da família (agora nem tão silenciosa), revertendo alguns pontos da narrativa. O drama familiar continua coeso embora a introspecção do primeiro seja nitidamente trocada pela ação – e nisso a edição não só ajuda muito como é ótima e pontual - e o protagonismo passa para as mãos da ótima jovem surda, Millicent Simmonds, (lançada por Todd Haynes em “Sem Fôlego” comentado em 12/01/18), coadjuvada pelo também ótimo Cillian Murphy.
Ok que agora o argumento descamba para o pueril, pois uma raça de monstros que nem sabem nadar e morre com tiros dificilmente devastaria nosso planeta, mas se a sua boa vontade para com o desenvolvimento olvidar de tais detalhes, certamente, esse thriller o envolverá e até assustará com alguns oportunos “jump scares” ainda que muito da originalidade do primeiro descambe para reconhecidos moldes de ficção científica e suspense.
A direção competente do John Krasinski mistura bem momentos de dramática carga emocional e humanidade fazendo com que nos importemos com cada membro dessa família e, inevitavelmente, torcemos por eles sendo o que nos faz segui-los por esse mundo pós apocalíptico e, mesmo que algumas pontas soltas sugiram uma continuação da “saga”, ainda assim, trata-se de experiência cinematográfica galvanizante.
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