Uma despretensiosa e comovente estória familiar sobre o alcoolismo, a luta pra se ver livre dele, a miséria que se abate sobre o dependente, a família e o círculo de amigos.
Focando na protagonista, a ótima Andrea Riseborough, fazendo uma persona complexa observada pelas lentes sob várias óticas e luzes - noturnas e diurnas - matizando seus grandes momentos de embriaguez e descontrole com os reveses de suas ressacas, desabrigos, mendigagens e hematomas.
O roteiro se pontua pela frase: "algumas pessoas não conseguem ver uma coisa boa quando são jogadas no prato"; e esse parece ser a triste estória que vamos acompanhar até o fim, sempre muito bem pontuada pelas tomadas em close-ups de um rosto rebelde, tão desorientado quanto desnorteado enquanto a lente da direção capta, nos mostra, mas nunca julga, deixando essa árdua tarefa por conta do público.
No formato de 35mm. E um design de produção original dentro de uma fotografia granulada e uma edição que pontua o drama bem como a trilha sonora sempre country que permeia a produção, #ToLeslie que poderia ter alguns minutos a menos prende seu público pela estrema empatia que provoca e suscita, deixa-nos com a dúvida: “quando ninguém mais acredita em você, é difícil acreditar em si mesmo.”
Haverá redenção?
