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  • Foto do escritorCardoso Júnior

The United States vs. Billie Holiday – EUA -2021


A criação da cinebio da cantora Billie Holiday inspirada no livro Chasing the Scream de Johann Hari, e dirigida por Lee Daniels (O Mordomo da Casa Branca), é um drama com características de melodrama e repleto de “iscas” pra temporada de premiações, também conhecidas como “Oscar bait”. Que pena.

O roteiro é de uma previsibilidade despida de qualquer surpresa ou originalidade, repleto de cenas isoladas que só acrescentam nas quase cansativas 2h 10 minutos de tela onde uma montagem e edição equivocadas embaralham a história sem nenhuma necessidade artística ou autoral em detrimento de necessários e bem vindos (se houvessem) aprofundamentos nos personagens “secundários” que muito mal ou quase nada são explorados ou mesmo articulados a contento com a protagonista.

A premissa é válida, oportuna e relevante ao focar na ferrenha perseguição do governo americano a famosa cantora da década de 1940 que insistia em cantar a música ‘Strange Fruit, (Fruta Estranha, em alusão aos corpos dos negros pendurados em árvores), considerada uma afronta e uma provocação pelo FBI.

Infelizmente, esse ótimo mote precisa dividir espaços açambarcando inúmeros outros aspectos da vida da biografada o que ocasiona frequentes quebras de ritmo com inserções de números musicais, algumas tentativas de originalidade ao misturar devaneios com realidades, a fotografia alternante em preto e branco em alguns momentos e, as imagens de arquivo que, no conjunto, só servem pra quebrar a linearidade.

Por certo a reconstrução de época é muito boa e os figurinos se destacam brilhantemente enquanto os coadjuvantes fazem o que podem dentro do roteiro que lhes nega espaço e a profundidade conferida unicamente a protagonista que, em sua segunda aparição em tela e a primeira num papel título, brilha como cantora e convence como atriz em ascensão estabelecendo boa química com Trevante Rhodes, mas que não é suficiente para afastar da obra a sensação de filme feito para a TV.

Assim, ao fim e ao cabo, #TheUnitedStatesvsBillieHoliday para quem tem poucos anos de apreciação cinematográfica pode ser um trabalho memorável embora, para olhos mais experimentados, seja apenas uma ótima ideia para uma minissérie que desperta a vontade de rever “Lady Sings The Blues” com a espetacular Diana Ross.



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