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Foto do escritorCardoso Júnior

The Rifleman – Letônia- 2020


Adaptada do livro “Blizzard of Souls”, proibido na URSS, essa obra cinematográfica que tornou-se a maior bilheteria na Letônia e a representa no Oscar 2021, lança um olhar, baseado em fatos, sobre a Primeira Guerra Mundial através de um jovem de 16 anos, seu irmão e pai, alistados em 1915 para lutarem contra a invasão alemã.

Para fãs do gênero, a obra nos faz acompanhar o pelotão em questão por inúmeras e terríveis trincheiras (forma de ataque e combate desta guerra), com uma cinematografia que busca a exuberância cênica criando perfeita atmosfera dramática, com imagens que oscilam entre o épico e o onírico em diferentes campos e estações climáticas situando-nos entre angustiantes névoas, belos pastos e terríveis nevascas muito bem pontuadas pela trilha sonora e editadas com certa morosidade que arrasta a obra pra duas horas de projeção.

Esse tempo não seria sentido se o roteiro mantivesse o pico de interesse / tensão e estabelecesse algumas camadas de profundidade em seus poucos personagens centrais - dentro de uma produção com centenas de figurantes – deixando no terreno do obscuro algumas interações humanas quando fora das cenas de batalhas.

Ok que em #TheRifleman fica impossível não associar a jornada de amadurecimento do inocente menino-soldado ao portentoso “1917” de Sam Mendes (análise nº1.191), também baseado em fatos, mas sem a dimensão emocional dele, assemelhando-se mais a uma proposta de criar um épico no gênero que, apesar das magníficas cenas de embates, apresenta um distanciamento humano das questões bélicas por conta da condução da direção de Dzintars Dreibergs que reduz a complexidade política que gerou e se seguiu a essa guerra em um emaranhado confuso para um público que desconheça a história dessa brava e sofrida nação.

Roteiro claro para todos é a base de uma boa história




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