#OsFabelmans é uma revisita ao passado de Steven Spilberg sem, no entanto, pretensões de biografia, mirando mais no poder transformador da arte na vida das pessoas e no poder que a imagem possui em transformar a realidade em algo que o cineasta deseja que pareça.
Partindo na infância, percorrendo a juventude mostrando-nos seu primeiro contato com o cinema e suas primeiras experiências, o roteiro além de mostrar uma simples jornada de amadurecimento ainda inclui um drama familiar que, se não distorce a narrativa, com certeza gera um enovelado que gera a dúvida sobre qual a proposta da obra.
Ainda assim, mesmo com suas duas horas e trinta minutos de tela, fica claro que a minutagem das cenas familiares poderia ser mais enxuta o que é parcialmente aliviado por alguns momentos de humor sutil e muito inteligente num trabalho que permite a Michelle Williams seu melhor momento no cinema e ao Paul Dano uma contida e brilhante interpretação.
A fotografia é maravilhosa, a trilha sonora a acompanha, o designer de produção é irretocável assim como a direção num trabalho que se digna com louvor a nos expor o poder da imagem na sétima arte.
