Analise 1.747

Com 10 indicações ao Oscar 2025 e favorito a Melhor Filme e Melhor Ator, O Brutalista estrelado por Adrien Brody, Guy Pearce e Felicity Jones – explora os terrores existenciais da América e dura 215 minutos contando uma história interessantíssima sem pressa alguma formatando um épico moderno e perturbador e, com tantas camadas, mas tantas, que um debate posterior levaria tempo igual ou até maior que sua projeção.

Brody está magnífico - embora lembre muito seu personagem em “O Pianista”- na pele de um frágil e traumatizado imigrante arquiteto húngaro fictício chamado László Tóth, que sofre vários abusos, tanto emocionais quanto físicos ao chegar na América em busca do American Dreams e, a cena quase no início, quando chega na América e vê a Estátua da liberdade invertida é magnífica por seu simbolismo.

Já que estou falando em interpretações ainda, destaque para o excepcional trabalho do Guy Pearce, o protótipo do americano muito rico que explora de muitas maneiras gentis, outras e nem tanto, o homem capaz de criar estruturas de concreto magníficas que ajudam a compor um filme visualmente espetacular com uma fotografia e trilha sonora de respeito.

Sendo um cinema dentro do gênero clássico as margens do épico, O Brutalista pode não despertar grandes paixões no público, mas, como já disse, suas múltiplas e facetadas camadas aliadas a uma técnica irrepreensível o torna grandioso como os filmes da era de ouro de Hollywood com suas infinitas informações – e reflexões- muito bem alinhadas na narrativa dentro de suas 3h e 40 minutos.

A construção do epílogo fecha com magnitude ao mostrar um lado “podre” da América onde a arte, o capitalismo e a politicagem se engalfinham para, por fim, chegar a um vencedor. O talento!
Falar mais, decupar as camadas, estragaria a experiencia do espectador – e não farei isso – mas posso dizer que nenhum cinéfilo sairá incólume dessa magnífica e brutalista obra de arte.
PS: Não é filme para amantes de entretenimento!

Comments