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  • Foto do escritorCardoso Júnior

Entre Mulheres -EUA-2022



A Adaptação do romance homônimo dirigido e roteirizado por Sarah Polley e que recebeu duas indicações ao #Oscar2023, como Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado, centra sua ação em um celeiro onde oito mulheres se reúnem numa sessão secreta para decidirem, em 48 horas, o que fazer diante dos abusos e violências sofridos por décadas pelos homens da região. Será: Ficar, lutar ou partir.


O fato retratado na obra, infelizmente é inspirado em eventos reais acontecidos numa pequena comunidade na Bolívia onde cerca de 150 mulheres foram dopadas e estupradas repetidas vezes e aqui, em #EntreMulheres, a história se repete inicialmente sem muitas explicações e nem situar-se no tempo nem espaço, apenas deixando claro tratar-se de uma zona rural em alhures.


Aos poucos, o roteiro vai nos permitindo ligar os pontos e ir entendendo através dos ótimos diálogos e embates entre elas a gravidade e a urgência da situação, dentro de uma estética muito bonita em P&B com belos rasgos de luz, que banham um elenco espetacular com grandes momentos de atuação.


A questão religiosa que aprisiona essas infelizes mulheres vítimas – divididas entre perdoar para ganhar o reino dos céus ou rebelar-se e perde-lo para sempre - evidencia não apenas a força esmagadora de um patriarcado, mas também dogmas castradores dessas religiões escravagistas principalmente no que tange o sexo feminino que nem direito a educação possuem para que possam melhor servir aos homens em uma abjeta subserviência.


#WomenTalking trás às telas um debate complexo e importantíssimo nos dias de hoje e, mesmo que o ritmo caia em alguns poucos momentos, fica-nos impossível, através dos relatos íntimos dessas mulheres, deixar de torcer por elas e acompanhar de perto e com bastante interesse a decisão que terá que ser tomada diante do impasse entre a insegurança do presente e a esperança do futuro.




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