O vencedor do Festival de Toronto e indicado a cinco Oscars, é um drama que se utiliza da sátira para levantar questões sobre a etnia negra e a forma com que o mercado literário/ televisivo / cinematográfico contextualiza essas questões sempre sob a forma de clichês de gênero.
Nesse primeiro filme do diretor e roteirista, Cord Jefferson, fazendo uma adaptação do romance “Erasure”, onde um autor afro-americano se debate contra os clichês e, acaba por escrever um livro exatamente com os mesmos clichês que detesta que, surpreendentemente torna-se um best-seller.
Infelizmente, para nós que estamos por fora dessas vivencias muito locais e especificas da cultura norte-americana, muita coisa se perde, inclusive as graças provocadas pelas ironias dificultando em muito para o espectador relacionar-se emocionalmente com a estória.
No entanto e ainda assim, a agilidade da narrativa e a riqueza dos personagens – principalmente do núcleo central – conseguem trazer algum interesse no desenvolvimento ainda que as piadas fiquem bailando no ar sem nunca acertar nosso alvo e, tal situação desemboca numa clara dificuldade no encontro de soluções para as questões e, consequentemente, no fechamento da obra que decepciona aqueles que investiram seu tempo nela.
