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A Voz Humana – Espanha- 2021

Foto do escritor: Cardoso JúniorCardoso Júnior

Atualizado: 13 de jan.



O tão divulgado, alardeado e esperado primeiro curta-metragem em língua inglesa de Pedro Almodóvar com Tilda Swinton que estreou em Veneza é um espetáculo visual estonteante repleto de belos e coloridos objetos cênicos, cenários vibrantes, figurinos deslumbrantes e, claro, uma mulher a beira de um ataque de nervos misturando álcool e drogas no ocaso de uma profissão e de um caso amoroso.

Enfim, um Almodóvar legitimo com todos os signos.

Em seus requintados 30 minutos, o roteiro adaptado a partir da peça de Jean Cocteau, transita numa relação perfeita entre cinema e teatro para apresentar-nos uma solitária persona almadovariana repleta de trágica energia enquanto espera ouvir uma voz humana ao lado de seu irrequieto cão – dois seres sofrendo a dor do abandono e reagindo a ela como podem.

Em The Human Voice, Tilda Swinton carrega de forma impressionante o um monólogo que lhe permite emitir uma gama infindável de portentosas emoções que vão do silencio introspectivo, mas sempre expressivo, a uma alternância de tonalidades que nos tocam de maneira sensorial numa jornada de um momento no qual o racional digladia-se com o sentimental.


Como o tema “abandono” é universal e quem nunca sofreu por amar e não ser mais amado, não há como não se identificar com as manhas e artimanhas da protagonista, com sua passionalidade a um passo do crime, seus desejos, dores e estratagemas de resgates por um fio e, também, claro, com a incineração do passado, único caminho rumo a luz natural da superação fora da caixa.




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