Analise 1.739

A comédia dramática escrita, dirigida e produzida por Jesse Eisenberg, estrelada pelo próprio e pelo vencedor do Globo de Ouro, Kieran Culkin, (Sussecion), é uma divertida e muito envolvente investigação sobre a dor e os sofrimentos humanos, através de um filme de viagem, em uma jornada muito pessoal pela Polônia seguindo dois primos embarcados em uma excursão que se propõe a revisitar as origens de suas famílias num país outrora massacrado pelo holocausto.

Frequentemente pontuada com peças para piano do compositor polonês Chopin, a produção é bastante modesta e despretensiosa e, não necessariamente marcante, contudo, suas ambíguas performances masculinas centrais (Eisenberg x Culkin) trazem um excepcional calor humano para a estória misturando melancolias e vulnerabilidades em uma dinâmica familiar – e grupal- numa camada complicada das relações humanas.

O roteiro, sabiamente, não se aprofunda nos tristes locais visitados pelo grupo limitando-se a mostra-los e explica-los em poucas palavras sem, no entanto, retirar-lhes a importância histórica dentro de uma narrativa simplificada que não se detém nos horrores, mas, de certa forma, consegue respeitosamente utiliza-los para momentos mais cômicos.

A Real Pain não entrará para a história, mas através da gentileza que prevalece em seus desdobramentos e a performance visceral de Culkin, nos fala tanto do presente quanto do passado, dos que aqui estão e dos milhões que não sobreviveram.

Comments