Quando comentei com vocês o genial curta-metragem vencedor do Oscar 2019, finalizei dizendo: “Agora é esperar pelo longa”. E ele não tardou!
O diretor israelense Guy Nattiv amplia a ótica fictícia de sua estória anterior, ampara-se em fatos, mantém a temática sobre os supremacistas brancos,a ótima Danielle Macdonald (Bird Box), mas inova ao entregar o protagonismo para um impressionante Jamie Bell (Bily Ellyot- Rocketman) insere Vera Farmiga para trazer à tona uma tenebrosa história de ódio e condicionamentos mentais, mas também para provar que sempre é possível, mas não fácil, libertar-se das garras das lavagens cerebrais familiares.
Okay que um cinéfilo lembrará o marcante “A Outra História Americana-1998”, mas embora sejam temas semelhantes aqui, a premissa é mais vivencialmente dolorida e dramática pela veracidade dos fatos e pela exposição da vida em um agrupamento “skinhead” onde o recrutamento/treinamento de jovens desamparados, ataques cruéis a outras etnias, drogas, sexo selvagem e brigas internas são a constante.
Embora com um primeiro ato lento, porém coeso, para contextualizar os pensamentos/ ações dos envolvidos, a inspiradora caminhada de “redenção” do protagonista no segundo, nos chega com as dificuldades, ameaças e pressões psicológicas de quem decide abandonar um sistema relevando a narrativa para um patamar de envolvimento para com o desfecho mesmo que roteiro e direção opte por deixá-lo claro desde o início.
Por certo, o foco nas duas famílias desvia a trama de um personagem chave que só vamos conhecer a relevância nos créditos finais, mas ainda assim, com a performance espetacular de Jamie Bell e, em um mundo cada vez mais intolerante e inclinado a discursos de ódio, #Skin é um trabalho que não só merece ser apreciado como debatido.
Ps1: Sem previsão de estréia nos cinemas, felizmente, disponível em VOD.
Ps2: Imagens exclusivas em: www.academiadecinema.net/
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