Abel e Marianne, namorados, moram juntos, quando ela revela estar grávida de Paul, amigo em comum da faculdade, com quem admite ter um caso há tempos. Dez anos depois, em circunstâncias trágicas, eles se reencontram e retomam suas histórias.
O roteiro de Jean-Claude Carriére e Louis Garrel é conciso e, em apenas uma cena, contextualiza o conflito principal, o amor, aparentemente, não correspondido de Abel por Marianne. O texto faz uso, pouquíssimo além do ideal, de “voices over”, de Abel, Marianne e Ève, que acompanham a espinha dorsal que constrói uma trama um tanto dramática, um tanto engraçada, um tanto romântica, um tanto misteriosa, que mesmo sem típica definição de gênero, funciona perfeitamente. Segue-se uma série de jogos de rivalidades, conquistas, interesses, desinteresses, e suspeições, entre Abel, Marianne, Ève e Joseph, o primeiro, dentre todos, o mais frágil e suscetível, e com submissão que tangencia o verosímil.
A direção de Louis Garrel é muito boa, implementando muito bem a concisão do texto. Louis Garrel está excelente como Abel, criando com plausibilidade a personagem demais submissa; Lily-Rose Depp, filha de Johnny Depp e Vanessa Paradis, como Ève, surpreende, explorando muito bem as tensões que constituem os conflitos cênicos, vide cena em que sua personagem confronta Marianne na disputa por Abel; Joseph Engel, como Joseph, filho de Marianne, também espanta com uma bela atuação, apesar da pouca experiência. Laetitia Casta parece se influenciar pela direção de seu marido, ficando um tom acima da verossimilhança, mas sem grandes impactos. Fotografia, arte, música e edição são ótimas.
#UmHomemFiel, #LHommeFidele, um filme demais sagaz e interessante, que, por fim, recai na máxima, se você ama alguém, deixe-o ou deixa-a livre, se for para ser seu ou sua, voltará. Aplausos para Louis Garrel por acumular direção, escrita, e atuação sem comprometer quaisquer das artes. Vale assistir
Em cartaz.
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