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  • Foto do escritorFábio Ruiz

I Am Mother – EUA – 2019

Atualizado: 22 de ago. de 2020


Em um futuro apocalíptico, a espécie humana está extinta, e cabe a um robô, Mother, o seu retorno, com a gestação e criação de Daughter, que acredita viver em um bunker, pois a terra está contaminada pelas guerras que destruíram a humanidade, mas que é surpreendida com a chegada de uma mulher ferida, fazendo-a questionar tudo o que sabe, e, inclusive, Mother, entrando em um jogo de voltas e reviravoltas de sua confiança entre a robô e a humana, que a faz tomar medidas extremas, até a surpreendente conclusão da trama. O roteiro de Michael Lloyd Green é enxuto, sem firulas e lança luzes em questões da atualidade, como à da lealdade de máquinas criadas por humanos e dotadas de inteligência superior, e de suas humanidades apesar de engrenagens em lugar de órgãos e CPUs e memórias, nos do cérebro.

A caracterização do robô Mother, que ganha vida sobre o corpo de Luke Hawker e voz, na de Rose Byrne, é perfeita, que, tanto letal, quanto amorosa, tanto dura, quanto delicada, suscita reações dicotômicas nos espectadores. Impressionam suas expressões faciais, tanto nos olhos, como na boca que mimicam perfeitamente reações humanas, como alegria, raiva, tristeza, decepção, entre outras.

A direção de Grant Sputore potencializa as simplicidade e concisão do texto, criando um ambiente simples e funcional, e não prologando demasiadamente cenas em busca de poesia, mas mesmo concreto aborda questões primordiais do futuro da humanidade, e é mais feliz nas internas, do que nas externas cuja concepção deixa a desejar. Clara Rugaard, excelente, harmoniza a inocência e proficiência da personagem. Hilary Swank, formidável, está em sua melhor atuação desde Menina de Ouro, em personagem catártica e enigmática, e mantém sempre viva a chama da dúvida. Luke Hawker e Rose Byrne dão um show ao dar vida e humanidade, o primeiro ao corpo, e a segunda à voz, à robô Mother. Efeitos especiais, perfeitos nas internas, pecam nas externas, música contextualiza muito bem a questão da memória da espécie, artes também e a edição é interessante.

Uma ficção científica interessante, que remete, a quem assistiu, ao belíssimo 2001, Uma Odisseia no Espaço, de Kubrick, pelos temas abordados entre os vivos e os inanimados. Vale assistir.


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