A respeitada diretora francesa Claire Denis (Chocolate, etc.), resolve explorar o gênero ficção científica, ambientando seu mais recente trabalho no espaço sideral para inserir suas já conhecidas e sempre amarguradas e conturbadas personagens, ancorando seu roteiro sobre solidão e relações intrapessoais nas performances de Robert Pattinson e Juliette Binoche.
Partindo de uma premissa que mistura o conceito da reciclagem com a ideia da quebra de tabus, Denis mistura ficção, drama, suspense e até terror numa estória visceral e perturbadora no pior sentido humano e estético ainda que, em seus bizarros e monótonos 110 minutos, aguce a curiosidade pelo desfecho para quem se dispuser a embarcar nos mistérios e suportar a fisiologia consensual da proposta.
Com narrativa nada otimista, a fotografia a acompanha através de cores frias, a banda sonora incute o tom de terror e a espartana cenografia dos poucos espaços combina com técnicas primárias de criação visual investindo pesado no nauseante e desagradável para provocar reflexões sobre o isolamento humano e suas trágicas e insanas consequências.
Pattinson conduz a trama numa atuação segura e cheia de camadas enquanto Binoche compõe sua confusa e audaciosa personagem de forma brilhante, se bem que, nessa altura da carreira, não havia necessidade de se expor de forma tão grotesca em cena de alto teor erótico- metálico.
Enfim, #HighLife com sua profusão de fluídos corporais, momentos insanos e brutais, configura-se numa peregrinação espacial repleta das piores barbáries que o ser humano se faz capaz.
PS: Sem data de estréia prevista, mas disponível em VOD
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