Exibido no Festival de Toronto 2018, este mais novo trabalho com foco numa juventude escravizada pelas drogas, diferencia-se em muito de “#BeautifulBoy” (análise nº 980), por seu roteiro que, embora mantenha o fulcro na “família x filho viciado”, olha numa direção mais ampla ao focar no mundo, nas armadilhas e consequências de uma dependência química.
Escrito e dirigido por Peter Hedges (Gilbert Grape - Aprendiz de sonhador- 1993) e pai do protagonista, apresenta-nos um roteiro sutil, contundente, e sem medo de misturar drama com um thriller de alto poder emocional onde uma nuvem de mistérios e incertezas vão sendo aos poucos elucidados. Infelizmente, cai na “necessidade” de formatar sua trama dentro de uma família multirracial para atender a demanda do politicamente correto sem nenhuma justificativa plausível embora isso em nada diminua a relevância do trabalho mesmo que soe um tanto quanto “encomendado”.
Júlia Roberts é o epicentro dramático da família (que pouco aparece ou acrescenta), num desempenho formidável deixando claro a potencia e a ferocidade do amor maternal e sustentando com galhardia a dinâmica entre mãe e filho em várias cenas e de maneiras comoventes enquanto a mais nova promessa do cinema, Lucas Hedges, em um desempenho intimista impressiona na composição de vários níveis sutis de atuação.
Com edição ágil e paleta de cores que alterna rápida entre o castanho familiar e o azul frio das situações gélidas ou enigmáticas, direção e roteiro conseguem nos transportar e manter-nos ligados aos três dramas centrais genialmente condensados em dois dias e uma noite de alta tensão,#BenIsBack é bem melhor que a abordagem de #QueridoMenino embora ambos deixem claro que quando o vício abala os alicerces de uma família, todos tentem de tudo, mas ninguém sabe ao certo o que fazer....
PS1: Distribuído pela #DiamondFilms tem estréia prevista nos cinemas nacionais em 21/03/19.
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