O aclamado filme israelense vencedor do Grande Premio do Júri no Festival de Veneza, melhor diretor e, representante de Israel no Oscar 2018 chegando aos nove finalistas, é um trabalho tecnicamente irrepreensível principalmente pela direção de Samuel Maoz (Líbano vencedor do Leão de Ouro em Veneza em 2009), mas também pela simplicidade, profundidade e da sagaz critica as guerras sem nenhuma cena de combate.
Com roteiro nitidamente dividido em três atos, começa à queima roupa com um casal recebendo a notícia de que o filho foi abatido em combate e a narrativa, nada linear, desenvolve-se a partir deste choque levando-nos ao segundo ato onde conhecemos a vida militar do filho instalado numa fronteira isolada no meio do deserto onde nada acontece, chegando, por fim, no terceiro ato onde à família, fechando todos os arcos sem deixar nada solto.
Embora o roteiro seja frio e com desenrolar lento, Foxtrot, é repleto de pequenos detalhes que podem parecer insignificantes, mas que tem o poder de irem mudando o rumo da trama várias vezes e, mantendo seu grau de tensão. Os enquadramentos da câmera mostram uma noção incrível da direção e a fotografia não deixa por menos enquanto a trilha sonora alivia a atmosfera de interpretações muito densas e dolorosas que chegam a compor algumas cenas memoráveis.
Assim, Foxtrot não se faz um trabalho para amadores e sim, para amantes da sétima arte enquanto espelho das realidades traduzidas por técnica exemplar despida de artifícios e, de argumentos perspicazes e atuais para a reflexão posterior.
Infelizmente, por fugir inteiramente do cinema comercial, só estará disponível
através dos serviços de streaming.
TRAILER