Spencer, Alek e Anthony, três jovens americanos, amigos de infância, em viagem pela Europa, embarcam no trem das 15:17 de Amsterdã para Paris, alheios de que o trajeto mudaria drasticamente suas vidas. Baseado em uma história real, o filme releva as circunstâncias que os transformam em heróis.
O roteiro encorpa uma história simplória e a transmuta em um suspense histórico, quando, sabiamente, desloca a ação para o passado, contextualizando a formação da duradoura amizade, da religiosidade, os percalços, as transformações, os sonhos e as decepções dos jovens, salientando a personagem Spencer, que terá papel fundamental na resolução do conflito principal, pincelando, lá e cá, imagens do ocorrido no trem, criando a expectativa para o desvelar de sua solução.
A direção de Clint Eastwood é muito oportuna, adicionando tensões a trama e aumentando a perspectiva do desfecho que, como a história, é simplório e, embora trivial e rápido, o diretor imprime suspenses e valoriza as tribulações transcorridas no trem. É também ousada, quando elenca as personagens reais para interpretarem as suas ficcionais, mostrando que, para realizar um filme, nomes de peso podem ser desconsiderados. De Spencer, Alek e Anthony, o primeiro parece mais à vontade diante das câmeras, mas os outros dois não fazem feio, visto que são suas primeiras experiências como atores. O grande destaque do elenco são Judy Greer, uma atriz competente e pouco valorizada pela indústria, Jenna Fischer mais conhecida por sua participação em The Office e o elenco infantil. A fotografia é excelente, a edição idem e demais critérios técnicos compõem organicamente a trama.
Clint Eastwood usa de sua idade e de sua tarimba para experimentar, para explorar a arte, para contar uma história corriqueira de heróis verdadeiros, conseguindo entreter e cativar a atenção durante a projeção, mesmo quando o filme aparenta o registro de passeios turísticos pela Europa. Vale a pena.
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