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  • Foto do escritorFábio Ruiz

Suburbicon: Bem-vindos ao Paraíso - EUA – 2017

Atualizado: 18 de ago. de 2020


No ápice do movimento dos grandes centros para os subúrbios e no despertar da integração racial, uma família negra muda-se para Suburbicon, uma vizinhança idealizada para ser um modelo de perfeição, atraindo pessoas de diversos estados americanos, não fosse constituída, exclusivamente, de brancos.

#Suburbicon está em polvorosa após a chegada do casal Mayers e seu filho Andy. Enquanto a revolta desperta nos moradores do pacato subúrbio, na casa contígua aos fundos da dos Mayers, fatos terríveis acontecem, incendiando ainda mais a ira da população que os atribui à mudança de seus novos vizinhos. Invasão, roubo e assassinato eram inimagináveis até a chegada de seus vizinhos de cor. Contudo, o que os brancos atribuíam como consequência de negros no bairro, era, na realidade, um complô para fraudar um seguro de vida.

O roteiro atinge debilmente o alvo das questões raciais, apesar da enorme revolta dos cidadãos exemplares de Suburbicon, pois gira, principalmente, em torno da fraude pecuniária da família vizinha aos Mayers. É, também, óbvio. No desenrolar da trama, facilmente se deduz os conflitos a seguir, eliminando surpresas ao longo da projeção. A grande e única reviravolta é revelada prematuramente, privando a história de percalços e obstáculos relevantes que a façam interessante. Nesse sentido, os antagonismos são resolvidos quase que instantaneamente, como foi o investigador da seguradora. A direção de George Clooney é simplória e privada de diferenciações. Matt Damon é incapaz de atingir o tom dramático da personagem Gardner e a torna vazia e pueril. Julianne Moore está muito bem nos papéis de Rose e Margaret, mas já a vimos fazer outras absurdamente melhor. Oscar Isaac, apesar da pequena participação e da personagem frívola, dá um show como Bud Cooper, o investigador da seguradora. O grande destaque do elenco é Noah Jupe, de O Extraordinário, que está espetacular como Nicky, filho de Gardner, criando uma personagem sólida e verossímil em volta de outras tão estereotipadas. A arte é interessante, mas perde o significado pois a caracterização de época só se faz necessária para estabelecer os conflitos raciais, que, apesar de toda a violência, são destituídos de profundidade. A fotografia é excelente, a edição, muito boa e a música, interessante.

Roteiro dos irmãos Coen, direção de Clooney, elenco estelar e uma produção meticulosa, tudo aponta para um grande filme, contudo ruma em direção a um final rocambolesco e inverossímil. Decepcionante. Um programa para um dia sem grandes opções.

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